Dicas para melhorar o desenvolvimento, atividades e brincadeiras para crianças autistas

Olá amiga leitora hoje vamos falar sobre o transtorno do espectro autista.
O transtorno do espectro autista (TEA)  é uma condição complexa do neurodesenvolvimento que afeta a interação social, a comunicação, os interesses e o comportamento de uma criança.


Estima-se que 1 em cada 59 crianças tenha TEA, tornando-o um dos distúrbios de desenvolvimento mais comuns. Embora não haja cura para o TEA, existem intervenções que podem ajudar a melhorar o desenvolvimento da criança.

Campanhas de conscientização sobre o autismo estão ganhando força nos últimos anos, e isso tem feito com que mais crianças recebam o diagnóstico precocemente. No entanto, ainda há muito a ser feito para melhorar o desenvolvimento dessas crianças. 

Nesta postagem do blog, compartilharemos algumas dicas para pais e educadores sobre como apoiar o desenvolvimento do seu pequeno
A interação é a base de qualquer aprendizado e, para as crianças, toda interação vira brincadeira! Essa é a linguagem da infância, e com crianças no espectro autista não é diferente!

Muitos pais ou tutores de crianças do espectro autista podem considerar a interação difícil, pouco fluente e repleta de barreiras. Na realidade, essa interação é possível e deve ser incentivada, mesmo que seja diferente daquela que se estabelece com crianças de desenvolvimento típico.

São, na realidade, brincadeiras muito apreciadas por qualquer criança de qualquer idade. Algumas adaptações muito pontuais podem fazer toda a diferença!

Brincando com a criança autista

O maior desafio de brincar com uma criança autista é conquistar a atenção dela. Por isso, é preciso prestar atenção à forma da brincadeira e que tipo de materiais ela envolve.

Para saber se a brincadeira escolhida por você é uma das atividades recomendadas para crianças autistas, verifique se ela inclui as seguintes características: Proporciona movimentação do corpo, que pode ajudar na regulação sensorial. Incentiva o contato visual, algo que as crianças autistas costumam evitar.
Possui interação direta com outra pessoa, para auxiliar no vínculo entre a criança e o adulto. Estimula a imitação oral e gestual.

Faz a criança mover os músculos do rosto. Faz a criança ter contato físico e consciência corporal. Trabalha o ensino e controle das emoções.
Estimula as descobertas das possibilidades dos sentidos, como olfato, paladar, tato, visão e audição.

Brincadeiras recomendadas

Compreendidas as recomendações acima, a hora de brincar pode ser uma excelente oportunidade de descobrir os interesses da criança autista. É muito importante ressaltar que não adianta forçar os pequenos autistas em algo em que eles não se sentem bem, pois as sensibilidades e dificuldades de cada um se apresentam de formas diferentes.

Atividades sensoriais

A intenção dessas brincadeiras é que as crianças do espectro autista possam associar os momentos prazerosos, divertidos e interessantes com a interação interpessoal. Dessa maneira, entenderão que conectar-se com as outras pessoas não é apenas necessário, mas muito gostoso e divertido.

Uma dica é usar bolinhas de sabão de maneira interativa. De maneira geral, crianças sempre ficam fascinadas com as esferas flutuantes e assim fica fácil chamar sua atenção. Brinque de criar as bolinhas devagar, usando expressões faciais elaboradas e tons de voz interessantes. Nesse processo, atraia o olhar da criança para seu rosto, aproximando-se das bolinhas. Deixe que ela repita os movimentos e reaja às suas ações.

As cócegas são estímulos sensoriais muito prazerosos e interessantes que as crianças adoram. Uma característica especial dessa brincadeira é que ninguém consegue realizá-la sozinha: é impossível fazer cócegas em si mesmo! Utilize-a para estabelecer conexões relevantes e prazerosas com seu(a) pequeno(a).

Toda criança ama pular! Estabelecidos alguns limites de segurança, permita que a criança pule na cama ou sofá e acompanhe seus movimentos. O estímulo é super empolgante para a criança e faz com que ela fique da altura do seu rosto. Dessa maneira, você ficará mais próximo para interagir com suas expressões faciais.

Dicas gerais para interação com crianças autistas

Busque o contato visual do pequeno. No momento de mostrar brinquedos, livros e imagens, aproxime-os do seu rosto e explique tudo com olhos nos olhos, explorando expressões faciais e tons de voz variados. Esse exercício é precioso ao indivíduo autista;

Entre no clima

Não imponha uma forma única de brincar! Brincadeira só é de verdade se for livre, multifacetada e mutável. Permita que a criança te conduza por suas preferências e embarque na fantasia dela, imitando-a e reagindo ao que ela faz – isso incentiva a autonomia e mostra à criança que brincar e interagir é prazeroso. Não coloque ideias próprias sobre a brincadeira o tempo todo!

Cuidado com estímulos excessivos

Crianças autistas costumam apresentar menor tolerância aos sons, toques e imagens. Por isso, evite sons muito altos, texturas desagradáveis e imagens muito impactantes. Respeite seus limites.

Não use palavras demais

A atenção dividida dos indivíduos no espectro autista costuma ser menos desenvolvida. Isso significa que é mais difícil para a criança autista ouvir alguém falando enquanto brincam. Por isso, falar muitas coisas em uma só frase também pode ser exasperante, fazendo com que o pequeno deixe de prestar atenção em você.

Para aliviar os estímulos verbais e permitir que a criança absorva uma informação por vez, utilize poucas palavras por frase. Para saber quanto dizer, acompanhe o nível de verbalização da criança: para indivíduos que falam apenas uma palavra, use apenas uma palavra em cada momento; se a criança diz duas palavras, use duas palavras também.

Para crianças não verbais, acompanhe e reaja à brincadeira dela com onomatopeias – os sons engraçados que imitam barulhos do dia a dia: tic tac do relógio, vrum vrum do carro, tibum do pulo na piscina… Enfim, elas adoram e frequentemente reagem, estabelecendo contatos muito ricos!

Lembre-se: o autismo é só uma das características da criança. No momento da brincadeira, esqueça um pouco dos métodos e exercícios e aproveite para conhecer melhor a personalidade de seu filho ou aluno.

Relaxe, deixe que a criança se divirta e valorize sua felicidade. Descubra o que ela gosta ou não, suas particularidades e jeitinhos próprios de brincar.
E você como faz para interagir com seu pequenos? Deixe nos comentários, um forte abraço e até a próxima!

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